domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ombre, a nova tendência em coloração



O nome “ombre” vem do francês, que significa sombra, e o termo foi escolhido justamente por ser um penteado cuja tintura oscila entre dois tons, um mais claro em cima e um mais escuro embaixo – uma espécie de sombra.




Alguns ensaios de moda já começam a mostrar o tipo de look, o que faz muitos especialistas acreditarem que a tendência é clara.



Fonte: Hair Experts

Cabelos lisos, macios e brilhantes? Desconfie

Pesquisas revelam que formulações de empresas



que fabricam xampus carecem de base científica

Cabelos lisos, macios

e brilhantes? Desconfie



Se o leitor encontrar na gôndola do supermercado um xampu que prometa nutrir seus cabelos, desconfie. Por mais sério e bem-intencionado que seja o fabricante, ele não poderá cumprir o compromisso. E a razão é mais do que óbvia: é impossível oferecer nutrientes a uma estrutura morta. Esse tipo de “equívoco” é relativamente comum na indústria de cosméticos, como revela a professora Inés Joekes, do Instituto de Química (IQ) da Unicamp. Segundo ela, que desde 1985 coordena uma linha de pesquisa sobre cabelo, o segmento ainda carece de metodologias científicas que possam dar sustentação a seus produtos. “Nosso objetivo principal é formar profissionais capacitados para trabalhar no setor produtivo, de modo a contribuir para a geração de métodos mais rigorosos e eficazes tanto para a formulação quanto para a avaliação dos cosméticos”, afirma.

País é o 3º maior consumidor mundial

O esforço da equipe coordenada pela professora Inés é muito bem-vindo, sobretudo para os consumidores. Até aqui, segundo ela, os estudos realizados em seu laboratório, que contam com colaboração de especialistas da USP, não conseguiram constatar nenhuma das propriedades tomadas para análise, embora estas constem nos rótulos dos cosméticos. “Assim como ocorre em outras áreas, esta também abriga empresas sérias e outras nem tanto. Porém, mesmo as firmas idôneas carecem de fundamentação científica para desenvolver suas formulações. Estas últimas certamente sairão ganhando com o aprimoramento das técnicas e processos produtivos, pois poderão agregar valor aos seus produtos. Como o tempo, a tendência é que o joio seja separado do trigo”, prevê a pesquisadora.

A falta de base científica apresentada pelo setor de cosméticos, prossegue a docente, não implica necessariamente na geração de resultados nocivos à saúde do consumidor. A legislação em torno desses produtos, cuja fiscalização cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é bastante rigorosa. Todavia, muita gente segue comprando xampus, condicionadores, cremes etc que não podem oferecer o que prometem. Isso fica claro a partir dos resultados de alguns dos estudos executados pelo grupo comandado pela professora Inés. Um deles, desenvolvido por uma de suas alunas de iniciação científica e outra de doutorado, investigou o que acontece com os cabelos brancos, quando submetidos à radiação ultravioleta, também emitida pelo sol. A crença geral é de que eles amarelariam. Alguns xampus, inclusive, prometem evitar essa mudança de cor.

Depois de alguns ensaios laboratoriais, o estudo constatou que a cor dos cabelos permanecia inalterada. As alunas resolveram, então, aumentar a dose de radiação ultravioleta. Curiosamente, os fios se tornaram ainda menos amarelos. “Ou seja, o produto que promete evitar que os cabelos brancos amarelem sob o sol não serve para nada”, atesta a professora Inés. A próxima pesquisa nessa linha, adianta ela, será sobre os produtos que informam conter protetor solar. “Queremos ver o que vai acontecer”. Outro forte apelo dos cosméticos dirigidos aos cabelos diz respeito ao brilho que poderiam conferir aos fios. A docente do IQ lembra que o brilho é uma propriedade óptica conhecida há séculos.

Como, então, um xampu poderia conferir mais luminosidade aos cabelos? A professora Inés começa a sua resposta com uma outra pergunta. “Quando queremos dar brilho a um piso ou móvel, o que fazemos? Ora, passamos cera. Com os cabelos é a mesma coisa. Só que ao invés de cera, os cosméticos contêm derivados de silicone, que alisam e dão um aspecto brilhante aos fios. Ocorre, no entanto, que esse tipo de substância é de tal forma aderente, que depois de três ou quatro lavagens a pessoa tem impressão de que os cabelos estão sujos”, diz. Só recentemente, acrescenta, é que a indústria está aperfeiçoando as moléculas desses derivados de silicone, de modo que elas se desprendam dos fios após uma única lavagem.

Mais um “equívoco” da indústria de cosméticos, considera a professora Inés, é lançar produtos para cabelos prometendo resultados positivos para um amplo espectro de pessoas. Isso também é impossível de ser cumprido. O motivo, de acordo com ela, é que o cabelo tem uma grande variabilidade biológica. Em outras palavras, indivíduos pertencentes a um mesmo grupo étnico apresentam cabelos com características diferentes. “O xampu que deixa um tipo de cabelo com bom aspecto pode proporcionar um resultado completamente adverso em outro. Acontece que esses produtos são lançados com tal estardalhaço no mercado, que os consumidores são levados a comprá-los pelo menos uma vez”.

Uma crença generalizada entre a população, conforme a professora Inés, considera que quanto mais espuma faz um xampu, maior poder de lavagem ele tem. Ainda que indiretamente, os fabricantes reforçam esse mito ao colocarem uma grande quantidade de espumante em seus produtos. “As pessoas precisam saber que a espuma não exerce qualquer função na limpeza dos fios. Não serve para nada, a não ser obrigar as pessoas a gastarem mais água para tirá-la da cabeça”, adverte. Para que o consumidor não pague por algo que não vai obter, a docente do IQ recomenda que ele opte inicialmente pelo cosmético mais barato, de firma tradicional. “Se ele não proporcionar o resultado esperado, aí sim vale a pena substituir gradativamente por outros mais caros”, ensina.

Cabelo x lã – A ciência ainda sabe pouco acerca do cabelo. De acordo com a professora Inés Joekes, a literatura sobre o tema continua escassa no mundo todo. “Depois de 20 anos de pesquisas, penso que meu grupo acumulou alguns conhecimentos importantes sobre essa estrutura complexa. Mas tenho de reconhecer que ainda é pouco se levarmos em conta o que temos que aprender”, explica. Curiosamente, acrescenta a docente, existem mais estudos sobre a lã do que em torno do cabelo, embora ambos tenham a queratina, espécie de proteína, em suas composições. “Isso se deve ao interesse comercial que sempre existiu em relação à lã. Não podemos nos esquecer que as indústrias têxteis tiveram uma participação relevante na Revolução Industrial. Até hoje esse setor tem uma grande importância econômica para muitos países”, esclarece.

A tendência, considera a professora Inés, é que a geração de novos conhecimentos nesta área tragam impactos positivos para a indústria de cosméticos, que poderá se valer de métodos mais precisos para o desenvolvimento de seus produtos. Isso já começa a acontecer, segundo ela, graças à contratação de mão-de-obra altamente qualificada por parte das empresas. A pesquisadora afirma que nenhum de seus ex-alunos está desempregado. “Se a minha memória não falha, eu tenho ex-alunos trabalhando em todos os grandes fabricantes de cosméticos do Brasil, exceto um. São esses profissionais que vão ajudar a estabelecer a fundamentação científica de que o setor tanto precisa”.

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de cosméticos do mundo. Em 2006, as vendas registraram um crescimento de 26% em relação ao ano anterior, gerando um movimento próximo de US$ 18 bilhões. Só para se ter uma idéia do que representa esse desempenho, basta saber que o mercado global apresentou um aumento de apenas 1,2% no mesmo período. Ainda segundo a ABIHPEC, nos últimos cinco anos as exportações do setor tiveram um crescimento acumulado de 138%, atingindo US$ 484 milhões.



Fio a fio

Os cabelos crescem, em média, entre 8 e 18 centímetros ao ano

Na maioria das vezes, o cabelo não cai, como as pessoas acreditam. O problema mais comum é o rompimento, que pode ser produzido, entre outras situações, pela fricção durante a lavagem

O cabelo é uma estrutura morta. Portanto, não pode ser nutrido

Exceto para as pessoas que têm cabelos curtos, não é recomendável a lavagem dos fios diariamente

A espuma dos xampus não contribui para a lavagem dos cabelos. Só serve para produzir maior gasto de água

Os cabelos apresentam grande variabilidade biológica. Assim, dificilmente um produto proporcionará resultados positivos para um grande grupo de indivíduos

Na dúvida, opte sempre por um cosmético barato de empresa idônea. Se não alcançar o resultado esperado, só depois passe gradativamente para os mais caros

Fonte: Inés Joekes

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

TONALIZANTE PARA HOMENS

TONALIZANTE PARA HOMENS - REDKEN

Acaba de chegar ao Brasil a coloração masculina, Color Camo da Redken que proporciona efeito tonalizante nos cabelos.
O produto, segundo a marca, é composto por uma grande concentração de pigmentos cinza que contribui no disfarce dos fios brancos, criando uma repigmentação natural, sem aspecto de cabelos tingidos tão temido pelos homens.
A profissional Daniela Rocha, do Studio W Iguatemi São Paulo, explica o processo: o tempo de aplicação é de 5 minutos, e pode ser feito no proprio lavatorio. A cor dura 1 mes, e a manutenção pode ser feita mensalmente. Caso passe um pouco o tempo recomendado não tem problema. A coloração desbota mas não deixa os fios amarelados.

Fonte: Hair Brasil

L'OREAL LANÇA COLORAÇÃO SEM AMONIA - INOA

Lançamento - L'Oreal - Coloração sem amonia - Inoa

Novidade prevista para chegar em abril de 2010 ao salões do Brasil, a L'oreal lança a coloração sem amonia Inoa.

Sem amonia na formulação promete unir coloração e tratamento em apenas um produto.
Foi desenvolvida uma formula com sistema de liberação de óleos(ODS - oil delivery system) que promete fazer os pigmentos e agentes precursores de cor de forma mais ativa e eficiente nos fios alem de um oxidante que vai oxidar os pigmentos para que chegem a cor desejada e a grande novidade: sem amônia.

Retiraram da fórmula a amônia uma base muito utilizada nas colorações convêncionais para promover a dilatação das cuticulas dos fios para que os agentes precursores dos fios penetrarem mais nos fios. Inoa possui monoetanolanina, (base sobreengordurante que não clareia os fios mas pode ser associada a muitos outros ativos, inclusive pigmentos) e com a adição de um gel à base de óleo ao concentrado os pesquisadores preveem um ótimo resultado, incluindo 100% de cobertura dos grisalhos.

A amônia tem cheiro característico e muito irritante e em muitas pessoas pode provocar irritações ao couro cabelo e vias respiratórias superiores. Esta inovação na fórmula é a promessa revolucionária da L'oreal.

Indicado tanto para pessoas que nunca coloriram os fios quanto aquelas que apresentam alguns fios brancos ou querem mudar totalmente a coloração. Mesmo que este não seja o primeiro produto profissional  sem amoniaco, a marca diz que este é o primeiro produto sem amônia que aumenta até tres(3) tons e cobre os fios grisalhos. Mas tudo tem um preço diferencial a Inoa deve custar 10% mais que as linhas tradicionais.
Ciclometicone - Cyclomethicone

Cyclomethicone ou ciclometicone é o nome de INCI (nomenclatura internacional para ingredientes cosméticos) para uma categoria de silicones usados em muitos produtos de uso pessoal.
Cyclopentsiloxane, o cyclotetrasiloxane e o cyclohexasiloxane são igualmente designações para a mesma classe de moléculas. Contrariamente aos silicones lineares tais como o dimethicone, estas moléculas têm um ciclo, ou seja, uma arquitetura em forma de anel compreendida entre quatro a seis unidades de repetição do grupo dialkyl do siloxane. Estas são moléculas muito menores do que os silicones, tais como o siloxane do polydimethyl (dimethicone) que pode ter centenas de milhares de unidades de repetição do siloxane.
Os silicones cíclicos (ou os siloxanes) são usados freqüentemente como solventes para a fragrância e óleos essenciais, e igualmente como líquidos de portador para silicones de maior peso molecular tais como o dimethicone e o dimethiconol.
Cyclomethicones são favorecidos igualmente porque espalham facilmente no cabelo e na pele, e a lubrificação que fornecem não é gordurosa. Por causa de sua baixa pressão para formação de vapor, evaporam facilmente do cabelo ou da pele na temperatura ambiente, e por isso não são conseqüentemente acumulados como um resíduo oleoso. Por este motivo, são usados às vezes como um aditivo nos produtos tais como pulverizadores e adicionados em condicionadores para ajudar a no tempo de secagem. Um outro benefício de sua baixa pressão é que ele fornece um veículo para que os ingredientes desejados penetrem na pele ou cabelo. O silicone cíclico é muito grande penetrar tanto na pele como no cabelo, mas é pequeno o bastante para dissolver o ingrediente benéfico que será depositado na superfície do cabelo, e evaporará então, deixando para atrás do ingrediente benéfico.
Os silicones cíclicos podem aparecer em etiquetas por diversos nomes diferentes, como:
cyclotetrasiloxane (podem ser um único silicone cíclico ou uma mistura de dois ou mais) Cyclopentasiloxane, Cyclotetrasiloxane, Cyclohexasiloxane Octamethyl,
Consumidores que tem cabelos cacheados são desfavoráveis ao uso de produtos que contenham cyclopentasiloxane em particular, devido ao acúmulo na superfície do fio. Entretanto, isto parece improvável devido as propriedades químicas e físicas destas moléculas.
Eu acredito (Tonya, Química e colunista do site Naturaly Curly) que a evaporação dos silicones cíclicos pode é criar uma camada de textura áspera e desagradável na superfície do cabelo da mesma forma que a evaporação do álcool cria. O pH suavemente ácido de um shampoo ou de um condicionador ajudará a restaurar a superfície, selando a cutícula e desse modo melhorando a textura e o brilho do cabelo.
Fonte: Naturally Curly


Dissolver Silicones
Aqui está um resuminho de silicones e seus solventes. Para descobrir qual tipo de silicone você aplicou no cabelo e qual tipo de solvente você precisa para dissolvê-lo basta consultar a listinha abaixo e o rótulo dos seus produtos.

SLS: Sodium Lauryl Sulfate
SLES: Sodium Lauryl Ether Sulphate (Laureth)
ALS: Ammonium Lauryl Sulfate
ALES: Ammonium Lauryl Ether Sulphate (Laureth)


Nome do Silicone Solúvel em água? Agentes recomendados
Dimethicone Não SLS, SLES, cocamidopropyl betaine, cocobetaine, ALS, or ALES
Dimethiconol Não SLS, SLES, cocamidopropyl betaine, cocobetaine, ALS, or ALES
Phenyl Trimethicone Não SLS, SLES, cocamidopropyl betaine, cocobetaine, ALS, or ALES
Amodimethicone Não SLS, SLES, cocamidopropyl betaine, cocobetaine, ALS, or ALES
Cyclomethicone Não cocamidopropyl betaine, cocobetaine, other mild surfactants, or conditioner washing
PEG-modified dimethicone Sim cocamidopropyl betaine, cocobetaine, other mild surfactants, or conditioner washing
Dimethicone copolyol Sim cocamidopropyl betaine, cocobetaine, other mild surfactants, or conditioner washing


Fonte: Naturally Curly

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Entendendo sobre Sulfatos e Silicones

Entendendo sobre Sulfatos e Silicones

Pesquisa revela como algumas substâncias presentes em cosméticos agem nos cabelos. O estudo analisa os danos causados aos cabelos pelo uso do detergente lauril sulfato de sódio, presente na maioria dos xampus existentes. Também foi testado o efeito do secador nos cabelos e dos fatores naturais como a água e a radiação solar. Completando o estudo, foram feitas observações sobre o uso de silicones e condicionadores. Vale a pena conferir!



A pesquisa completa se encontra neste endereço: http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=3292&bd=1&pg=1

Fio por fio



Testes revelam como cosméticos, em muitos casos, danificam o cabelo



Enrolado em forma de concha, o penteado da atriz Kim Novak em Um corpo que cai é um ícone do poder de sedução do cabelo. No suspense de 1958 de Alfred Hitchcock, seu coque louro-platinado arrebatou o coração do detetive interpretado por James Stewart, em uma cena que não se restringe às telas de cinema. No mundo todo cabelos fartos e brilhantes atraem a atenção de homens e mulheres e são considerados símbolo de juventude, saúde e poder – inclusive por pesquisadores brasileiros que começam a descobrir como os cosméticos agem sobre os fios.



Assim como o personagem bíblico Sansão perdeu sua força descomunal quando Dalila mandou cortar-lhe os cabelos, a queda progressiva dos fios reduz a auto-estima, faz as pessoas se sentirem menos atraentes e as torna socialmente retraídas – problema que, segundo estudos europeus, afeta mais intensamente as mulheres e os homens mais jovens. Além da importância para o bem-estar psicológico, comenta a dermatologista Fabiane Mulinari Brenner, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o cabelo está impregnado de significados socioculturais. O estilo definido por um corte ou penteado indica a que grupo social uma pessoa pertence e, por vezes, a posição que ocupa, motivo por que em geral se impõe a raspagem dos cabelos a recrutas militares, criminosos e prisioneiros de guerra como forma de eliminar a individualidade e subjugá-los à autoridade, lembra o psicólogo norte-americano Thomas Cash em análise sobre o assunto publicada anos atrás.



Ante tantos valores atribuídos à cabeleira, parece natural que quem exibe cabelos atraentes queira preservá-los – e quem não tem queira transformá-los em madeixas à la Gisele Bündchen ou Rodrigo Santoro – com a ajuda de xampus, condicionadores e outros tratamentos de beleza. A indústria de cosméticos, claro, há tempos identificou esse filão e investe pesado no lançamento de produtos que prometem restaurar os fios ou deixá-los mais volumosos e brilhantes, como se nota nas revistas femininas ou nos comerciais de televisão. Os dados mais recentes da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, que reúne as maiores empresas dessa área, reafirmam o sucesso comercial do setor: a produção de cosméticos para cabelos cresceu cerca de 50% de 2003 a 2006, alcançando 458 milhões de toneladas, e as vendas mais que dobraram, atingindo US$ 2,2 bilhões no ano passado. Mas será que todos esses produtos de fato funcionam?



A resposta que começa a emergir de estudos conduzidos por instituições de pesquisa sem conexão com a indústria nem sempre agrada os fabricantes de cosméticos. Em alguns casos, corrobora impressões que as mulheres adquiriram ao longo de anos em salões de beleza; em outros, destrói mitos sedutores construídos por campanhas publicitárias. Testes feitos pela equipe da química Inés Joekes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostram que xampus e condicionadores funcionam para limpar os cabelos e deixá-los mais fáceis de pentear, mas não promovem a recuperação dos fios danificados a que se propõem diversos produtos. Nem poderiam.



“O fio de cabelo é um tecido morto, incapaz de se regenerar depois de formado”, lembra Fabiane, especialista em doenças do couro cabeludo. Por essa razão, a melhor forma de manter uma cabeleira vistosa e bem-nutrida é por meio de uma dieta equilibrada e rica em proteínas e ácidos graxos, afirma a dermatologista paranaense. Há quatro décadas pesquisas demonstraram que a carência de nutrientes como o ferro favorecia a queda de cabelos, mesmo em mulheres que não sofriam de anemia, além de deixar a pele e os próprios cabelos ressecados, com a textura de palha. Mais recentemente estudos associaram a carência do aminoácido lisina – um dos componentes das proteínas, encontrado em carnes vermelhas, peixes e ovos – à perda desses preciosos fios. Dona de longas mechas castanhas, Fabiane adverte, porém, que é preciso cuidado com os excessos: “Vitamina A além do recomendado aumenta a queda de cabelo e não deve ser consumida sem orientação de um médico ou nutricionista”.

O simples uso diário de xampu faz mais do que eliminar as partículas de sujeira, de poluição e o sebo do couro cabeludo que se acumula nos fios. Ele é tão eficiente que remove até mesmo pequenas partes do próprio fio, contribuindo para produzir danos microscópicos em sua estrutura, alterar a cor e torná-lo mais quebradiço, em especial nas pontas, como comprovaram Inés e a química Carla Scanavez.



Em experimentos no laboratório de físico-química aplicada da Unicamp, Carla decidiu verificar o que cuidados simples diários, como a lavagem com xampu, a escovação e o uso de secador, faziam com o cabelo. Em uma primeira bateria de testes, ela colocou mechas de cabelos castanhos que nunca haviam passado por tratamento químico de molho por 8, 16, 24 e 32 horas em um recipiente com água a 40 graus Celsius e uma pequena dose do principal componente ativo dos xampus, o detergente lauril sulfato de sódio. Analisando os fios ao microscópio eletrônico, Carla constatou que a partir de 16 horas de lavagem – ou dois meses de banhos diários de 15 minutos – surgiram buracos e trincas na cutícula, a parte mais externa dos fios, composta por 6 a 18 camadas de placas sobrepostas como escamas.



Os danos aos fios aumentaram quando, numa segunda etapa, Carla tentou reproduzir uma situação mais próxima à que as mulheres enfrentam no cotidiano. Em vez de deixar as amostras de cabelo de molho, ela passou a esfregá-las suavemente com xampu por dois minutos, antes de enxaguá-las com água quente. Em seguida escovou as mechas molhadas, secou-as com um secador de cabelos e tornou a penteá-las. Desta vez os prejuízos apareceram mais cedo. “A partir de 20 repetições começa a haver danos nas cutículas”, conta Carla.



Executado 120 vezes, o equivalente a quatro meses de lavagens, escovações e secagens diárias, esse tratamento praticamente eliminou as cutículas. Afetou também o córtex, região interna do fio que concentra 80% da queratina do cabelo, proteína que lhe confere uma resistência à tração maior que a do aço – só se rompe facilmente um fio de cabelo por causa de seu reduzido diâmetro, que varia de 50 a 100 micrômetros (milésimos de milímetro). Um mês de banhos com essa mesma duração deixou o cabelo perceptivelmente mais claro.



Nos estudos sobre os efeitos da limpeza do cabelo, publicados na Colloids and Surfaces B, Carla e Inés apresentam a explicação completa de como o detergente do xampu afeta a integridade e a cor dos fios. A água penetra por espaços entre as cutículas, levanta-as e dissolve o material depositado entre elas – em geral, restos de células mortas –, originando pequenas cavidades. O detergente do xampu acelera a formação de buracos nas camadas internas das cutículas e extrai as gorduras naturais do fio.



Com o tempo, as cutículas começam a se desprender e deixam a superfície do cabelo irregular. Esses danos facilitam o ataque da água e do xampu ao córtex, originando cavidades no interior do fio pela remoção de proteínas e do cimento celular que mantém os feixes de queratina unidos. Além de mais ásperos ao toque, os fios tornam-se progressivamente mais claros. Dois processos contribuem para a mudança de tom do cabelo: o surgimento das cavidades e a destruição da melanina, proteína responsável pela cor dos fios – é a quantidade total de melanina que determina se um cabelo é louro, ruivo, castanho ou negro.



No caso dos cuidados diários, os buracos na cutícula e no córtex do fio são os responsáveis pela mudança de cor do cabelo, por alterar suas propriedades ópticas. É que quanto mais cavidades há no fio, mais luz é refletida para o ambiente e menos é absorvida pelos grãos de melanina. Nos estágios avançados ocorre a destruição dos grânulos de melanina, deixando o cabelo amarelado.



Quem sente mais esses efeitos são as pessoas com cabelos longos: seus fios apresentam desgaste maior principalmente nas pontas, que pode ser agravado pela forma como se lava a cabeça. Rita Wagner, outra química da equipe de Inés, formada quase só por mulheres, submeteu cabelos castanhos e louros a dois tipos de lavagem: imersão em água com xampu (sem atrito) ou a fricção dos fios. As duas formas de limpeza foram repetidas a temperaturas diferentes, que simulavam banhos quentes e frios. Em um teste inicial, Rita observou que só a água já era suficiente para retirar proteínas do cabelo, perda que dobrava quando se adicionava xampu.



O mais nocivo, porém, foi ensaboar os fios, descreve a pesquisadora em outro artigo da Colloids and Surfaces B. “A fricção é responsável por 90% dos danos à cutícula”, afirma Rita, efeito que aumenta progressivamente com a elevação da temperatura da água. De acordo com Inés, o primeiro sinal de desgaste das cutículas detectável a olho nu são as pontas duplas, que surgiriam depois de um ano de lavagens massageando o cabelo.



Se o uso de xampu limpa os fios, mas os danifica a ponto de se tornarem mais opacos, embaraçados e quebradiços ao pentear, a saída seria deixar de lavar os cabelos? Felizmente, nada tão radical. O ideal é lavar a cabeça o menor número possível de vezes ao longo da semana. “A decisão de quando se deve lavar o cabelo depende da percepção pessoal de que o cabelo está sujo e precisa ser lavado”, afirma Inés. E não há regras, uma vez que as características dos fios e do couro cabeludo variam de uma pessoa para outra, assim como é diferente o nível e o tipo de poluição a que se está exposto diariamente. “Embora quase não haja diferença de eficácia entre os produtos no mercado, o xampu adotado deve ser o que melhor se adapta ao seu cabelo e ao couro cabeludo”, recomenda Inés, que diz não tomar cuidados especiais com seus longos cabelos louros.



Para quem gosta de ensaboar a cabeça com freqüência, ela sugere o uso de xampus infantis, que contêm detergentes menos agressivos aos cabelos. Outras dicas são: friccionar o menos possível os fios, tomar banho morno, secar pouco com toalha e pentear o mínimo necessário, de preferência, com pentes de dentes largos, além de, claro, não exagerar no xampu. “Também é possível usar produtos que minimizem os danos da lavagem”, lembra Carla, que após anos de pesquisa na Unicamp foi recentemente contratada por uma empresa do setor.



Alguns xampus trazem em sua formulação pequenas quantidades de silicone – um dos mais conhecidos é a dimeticona –, polímero que recobre os fios lubrificando-os e deixando-os mais brilhantes. “O silicone do xampu forma um filme sobre os fios e reduz a perda de proteínas por fricção”, afirma Rita. Ela descobriu recentemente que um terceiro componente do cabelo, a medula, altera a cor e a resistência dos fios.



O silicone, no entanto, não é completamente inócuo: ele adere ao fio e não sai facilmente no enxágüe. Desse modo, facilita o acúmulo de sujeira e exige o uso de mais detergente na próxima lavagem. “Muitas pessoas que acreditam ter cabelo oleoso, na verdade, não têm”, diz Inés. “Essa oleosidade se deve ao uso de xampu inadequado, contendo silicone.”



O cosmético que mais ameniza a ação nociva dos xampus são os condicionadores. Formulados à base de gorduras e de um detergente diferente dos usados nos xampus, os condicionadores preenchem as cavidades abertas na superfície e no córtex do cabelo e fecha as cutículas, aumentando a capacidade dos fios de refletirem a luz – razão por que parecem mais brilhantes. Inés comprovou também que o condicionador altera as propriedades mecânicas do cabelo. “Esse cosmético deixa os fios mais homogêneos no que diz respeito à capacidade de resistir ao estiramento”, explica. Como resultado, menos fios frágeis se rompem no pentear.



Mas nem os condicionadores restauram um dos tratamentos mais agressivos que Inés já viu desde que começou a investigar a eficiência de cosméticos de cabelo em 1983: o alisamento dos fios, feito por pessoas que têm cabelo crespo ou ondulado e desejam deixá-los impecavelmente lisos. Carla aplicou em mechas de cabelos crespos dois tipos de cremes alisadores encontrados no mercado – um à base de tioglicolato de amônia e outro com hidróxido de cálcio ou lítio. Em seguida, deixou agir por 20 minutos, tempo de uma sessão de alisamento, e 60 minutos (três sessões), antes de analisar os fios ao microscópio.



Ainda que usados em baixas concentrações, esses compostos deformam de maneira irreversível a estrutura microscópica do cabelo. Diferentemente do cabelo liso, de formato cilíndrico, o cabelo crespo é achatado e com torções naturais, como uma escada em caracol. Tanto o tioglicolato como o hidróxido – também usados por quem tem cabelo liso e quer deixá-lo encaracolado com um tipo de penteado chamado permanente – destroem as ligações das fibras de queratina, desfazendo as voltas microscópicas do fio. O cabelo fica liso e mais frágil, como um fio de alumínio retorcido que é esticado. “Surgem trincas e sulcos que reduzem a menos da metade a resistência dos fios ao alongamento”, explica Inés.



Algo semelhante acontece no alisamento térmico em que, em vez de cremes, prende-se o cabelo entre duas chapas aquecidas de um pequeno aparelho – a famosa chapinha, versão moderna de passar o cabelo a ferro. “O cabelo fica mais opaco e áspero ao toque”, diz Carla. “Para melhorar sua aparência, é preciso usar muito condicionador, cremes para pentear e compostos oleosos, que funcionam como um lustra-móveis em uma mesa riscada: preenchem-se os buracos, mas não se eliminam os danos.”



Se não dá para restaurar os defeitos que os cuidados diários e os tratamentos cosméticos produzem nos fios, também não é possível prevenir de forma adequada, ao menos por ora, as alterações causadas pela exposição ao sol. A engenheira química Ana Carolina Nogueira expôs ao sol durante 91 horas, o equivalente a um mês de férias na praia, amostras de cabelo branco, louro, ruivo e castanho – e repetiu o teste com luz artificial. Ela constatou que os diferentes tipos de radiação ultravioleta – ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB) – danificam de forma distinta os fios de cabelo. De modo ainda não compreendido, a radiação UVA degrada a melanina, pigmento que determina a coloração do cabelo, deixando-o mais claro. E quanto mais claro o cabelo, mais claro ele fica, descreveu Ana Carolina no Journal of Photochemistry and Photobiology B.



Já a radiação UVB destrói as moléculas de queratina e deixa os fios mais frágeis. Segundo Ana Carolina, os atuais filtros solares não protegem completamente o cabelo. “Eles formam um filme em torno dos fios. Como este filme contém proteínas, reduz os efeitos dos raios UVB, mas ainda se encontram em desenvolvimento produtos que reduzam a ação de raios UVA”, diz a pesquisadora, que hoje trabalha em uma fornecedora de matéria-prima para a indústria de cosméticos e, com Lelia Dicelio, da Universidade de Buenos Aires, identificou um efeito inesperado dos raios UV sobre os cabelos brancos: em vez de amarelá-los, como se pensava, o sol os torna mais brancos. O que os deixa amarelos é o calor (radiação infravermelha), explica em artigo a ser publicado. Para Inés, chegou-se a um estágio em que é preciso conhecer melhor como se comporta o cabelo do ponto de vista físico e químico para que a indústria possa fabricar cosméticos que façam alguma diferença.

______________________________________________________________________________



O Projeto

Físico-química do cabelo: diferenças com o tipo étnico



Modalidade

Linha Regular de Auxílio à Pesquisa



Coordenadora

Inés Joekes – Unicamp

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Os vilões do cabelo bonito e saudável

* Descoloração ou seja mechas, luzes, balayagens,reflexos. É o processo químico que mais danifica o cabelo, pois, além de destruir os pigmentos, oxida os aminoácidos, sendo que de 15 a 45% da cisteína é destruída. Por isso na hora de optar por em mudar as cores das madeixas procure um profissional qualificado e faça sempre os procedimentos com produtos de qualidade.* Tratamentos químicos, como alisamentos,Henê, escova progressiva com formol, escova definitiva, permanentes, tinturas ( de má qualidade) e decapagem (retirada da coloração dos fios).* Raio ultravioleta da radiação solar (Sol).* Secador e chapinha e baby liss em excesso.* Ficar muitas horas exposta ao ar condicionado.* Xampu com grande concentração de detergente.* Vento, poeira, cloro e água do mar.* Presilhas e elásticos não revestidos e prender os cabelos muito apertados.* Lavar os cabelos com água quente.* Escovar os cabelos molhados.*Saturar o cabelo com Leave-in, silicone, spray, creme sem enxágue etc. Tudo isso vai saturando os fios. É fundamental que você faça uma limpeza mais profunda nas madeixas a cada 15 dias com xampu anti-resíduos. Condicionador e cremes para pentear e finalizadores apenas nas pontas.