quarta-feira, 25 de maio de 2011


Hidratação, reconstrução ou cauterização?




Escolha o melhor tratamento para recuperar a beleza dos cabelos maltratados por escovas, piastra, químicas de alisamento, mechas, tinturas inadequadas, escovas progressivas etc....
Saiba qual é o tratamento indicado para o seu caso:
Hidratação
Devolve a umidade perdida por conta de agentes externos, como sol, poeira, sal do mar, escovas e piastras. Age na parte externa da fibra capilar e proporciona mais brilho, maciez e movimento aos fios. Tem que fazer mesmo em cabelos sem química. É como escovar os dentes. O tratamento, entretanto, não é suficiente para danos severos, pois não consegue atuar na estrutura do cabelo. Então este procedimento não se aplica em cabelos que já passaram por algum processo químico, como luzes, mechas, tinturas, alisamentos e outros.
Aplicação: O segredo está na massagem feita com o produto. Depois de lavar com xampu anti resíduos, divida o cabelo em pequenas mechas e aplique o hidratante a partir do comprimento em direção às pontas. Deslize as mãos pelas madeixas várias vezes, isso vai aquecer levemente o produto e potencializar os efeitos.
Dica: Se a ideia é hidratar em casa, cuidado na hora de escolher o produto, nem sempre o mais “pesado” hidrata melhor. E mais: o hidratante nunca deve ser aplicado no couro cabeludo, pois isso pode dar um aspecto engordurado ao cabelo.
 
Cauterização
Mais profundo que a hidratação, o processo recupera cabelos extremamente secos, quebradiços, tingidos ou que sofreram com processos químicos como permanentes, relaxamentos e escovas progressivas.
O diferencial da cauterização é o uso do calor para selar as cutículas dos fios. O produto de hidratação penetra no córtex antes das escamas do cabelo. Depois é aplicada uma prancha a vapor que fecha os fios e não deixa o produto sai. Existe cauterização a frio, mas pessoalmente acho que só funciona quando o processo químico é aliado à prancha.
Os produtos usados no tratamento repõem queratina, vitaminas e proteínas perdidas. O procedimento não deve ser adotado com muita frequência, o ideal é que seja repetido a cada 30 dias.
Dica: é o melhor tratamento para readquirir todos os nutrientes necessários para ter um cabelo saudável. Por ser um procedimento complexo é preciso tomar alguns cuidados para que a cauterização não provoque um efeito contrário. O uso excessivo da queratina poderá enrijecer muito a fibra e causar mais quebra. A temperatura do secador ou chapinha não pode ser muito elevada para não comprometer a integridade da estrutura dos fios.

Reconstrução

O mais intenso dos três procedimentos, é indicado para a estrutura capilar danificada de forma mais severa. A reconstrução repõe nutriente e restaura a fibra capilar além de hidratar. Elimina assim a porosidade e acaba com o efeito frizz indesejado.
Um profissional saberá diagnosticar se esse é o caso para os seus fios. Quando o cabelo está muito maltratado, fazer no mínimo quatro reconstruções, uma por semana. Depois cauterização e mantenha com a hidratação.
O processo é semelhante ao da cauterização, mas tem mais queratina. Depois de agir por cerca de quinze minutos e ser aplicada a prancha, os produtos são retirados com um enxágue e é feita uma escova para secar e selar o cabelo.
Dica: se realizado com muita frequência, ou com enxágue inadequado, os produtos podem acumular nos fios e deixá-los com aspecto pesado.
Nunca esqueça, o fio do cabelo não é que nem a pele que se regenera, uma vez danificado teremos um longo processo de reconstrução para melhorar a penteabilidade e sedosidade perdida.


Alisamento com carbocisteína, desvendando o mistério.




Bem pessoal criei este post para esclarecer melhor sobre a redução de volume(alisamento??) com oxiacetamida de carbocisteína.



A estrutura do cabelo



O cabelo é formado de cadeias polipeptídicas, isto é, séries de aminoácidos (AA) que se organizam para formar a estrutura da queratina. Entre os AA, o mais relacionado à estrutura do fio é a cisteína. E para reformatar mecânica e termicamente o fio de cabelo é fundamental “quebrar” essa cadeia cisteínica, facilitando a ação da prancha térmica.



Como alisar os fios de cabelo



Para conseguir um novo formato para fios cacheados, crespos, ou encaracolados é necessário fazer a “quebra”, ou ataque das pontes de enxofre contidas na cisteína. De maneira geral isso é conseguido com fórmulas contendo alguns agentes químicos conhecidos, como os hidróxidos de sódio, cálcio ou guanidina, e também com tioglicolatos de cálcio ou sódio. Essa ação acontece no pH altamente alcalino, entre 12 e 14.



Também se pode fazer essa “quebra” com formol, ou formaldeído, que é o aldeído mais simples, de fórmula molecular H2CO. Saiba que quando se prepara uma mistura de mais de 40% de formol em água, obtém-se o metaformaldeído, de fórmula (H2C2O)3; hoje o formol é comercializado em concentração de cerca de 37% de aldeído e 7 % de metanol, atuando numa faixa de pH entre 2,8 e 4,0, portanto bastante ácido.



Que novidade é essa, alisamento a base de carbocisteína?



O que tem sido comercializado como grande novidade na área de alisamento é, na realidade, um tratamento químico de oxirredução em pH francamente ácido, na faixa de 1,0-1,5, associando-se o ácido glioxílico a uma base de aminoácidos.



Quem faz essa ação é o ácido glioxílico ou ácido formilfórmico, que é um ácido aldeído muito simples, exatamente como o formol, cuja fórmula linear é OHC-COOH. Não há milagres “naturais”, se você deseja reformatar o fio de cabelo, precisa romper a estrutura da cisteina, atacando as pontes de enxofre do cabelo.



Então, somente para que fique tudo muito claro, nessa nova moda de alisantes, quem faz a ação queratolítica, desestruturadora, é o ácido glioxílico. Nenhum aminoácido tem essa capacidade. O que estes AA fazem é simplesmente tentar devolver um pouco de matéria ao fio agredido.



E a oxiacetamida?



Em relação à oxiacetamida, algumas patentes, como a requerida em 2007 por D Patel, falam sobre a ação das oxiacetamidas como acoplantes para sistemas oxidativos em tinturas capilares. Uma outra patente solicitada pelo Dr. Khashayar Karimian fala sobre o uso como inibidora de enzimas dependentes da atividade da cisteína, e, em particular de cisteína proteases. Nesse tipo de formulação agora proposta para alisar cabelos a oxiacetamida é um acoplam-te que inibe a ação de resistência da cisteína.



Tenha sempre em mente que...



Qualquer tratamento químico, térmico ou mecânico para reformatar o fio de cabelo é potencialmente agressivo. É preciso atacar a estrutura química original do fio para possibilitar o seu alisamento. Então todo e qualquer tratamento químico com essa finalidade é danoso, vai causar a perda das propriedades originais do cabelo, como conteúdo hídrico, conteúdo em lipídeos, conteúdo de ceramidas, que constituem o cimento intercelular.



Dessa maneira o cabelo ficará mais desprotegido e suscetível à queda pela quebra, perda da penteabilidade, facilidade de formação de fly-away (acúmulo de eletricidade estática).



Os cuidados para quem se submete a qualquer tratamento desse tipo é adotar uma linha de produtos cosméticos específico para reestruturação, contemplando uma lavagem suave, um condicionamento que agregue proteínas hidrolisadas e AA, um finalizador que também proteja o fio da radiação solar, pois os raios UVAB terão facilidade de permeação nesse fio de cabelo muito mais poroso. Além disso, o cuidado semanal com máscaras reconstrutoras é mandatório.



O cabelo nunca mais será o mesmo, sem dúvida!