quinta-feira, 21 de abril de 2011

Tioglicolato de Amônio-Uma analise


Volume sob controle e efeito liso natural são resultados oferecidos pelo tioglicolato de amônio. Mas, apesar de todo o seu potencial, não se trata de uma substância milagrosa. Respeitar os limites do cabelo e ler a bula do produto são regras básicas para um bom trabalho.











Nos últimos tempos, os laboratórios da indústria cosmética trabalharam no caminho da eficiência e da segurança no alisamento. Um dos resultados dessa busca e que também conquistou seu espaço nos salões é o uso do tioglicolato de amônio. Trata-se de um ativo químico obtido pela reação entre o ácido tioglicólico e o hidróxido de amônio. Essa combinação desestrutura as cadeias internas do fio, responsáveis por sua forma. Em seguida, o processo precisa ser neutralizado, geralmente com peróxido de hidrogênio. A aplicação dessa base é indicada para relaxamentos suaves ou na escova definitiva – procedimento em que o cabelo recebe chapinha antes da neutralização –, que resulta em fios extremamente lisos e alinhados.



Como atua

Assim como outros alisantes, o tioglicolato age no córtex. Ele desestrutura as ligações de cistina (aminoácido que responde por 36% da composição da fibra capilar e é responsável pela forma e resistência do fio). Quando se modificam essas pontes, as características do cabelo são alteradas. Assim, ele pode ficar mais liso ou menos ondulado, dependendo da sua textura original.



Mas como o ativo consegue atingir o córtex?

É justamente seu pH elevado (de 9 a 9,5) que abre o caminho. Ele provoca uma espécie de “inchaço” na fibra, que se expande. E, com o aumento de volume, as escamas da cutícula são abertas. Estas se soltam, facilitando a entrada do alisante. Lá, ele quebra as ligações de cistina e a reação só é finalizada com a neutralização. Então as pontes são restabelecidas e a estrutura do fio, alterada definitivamente. Vale ressaltar que o tioglicolato apresenta moléculas maiores que os hidróxidos. Por isso, tem menos força para agir na cistina, ou seja, alisa menos. Mas, em compensação a agressão também é reduzida. É que o agente oferece menor perda de proteínas e não retira água da fibra, como acontece com os hidróxidos.

Questão de segurança

O diagnóstico do cabelo é fundamental para saber se ele pode ou não receber o tioglicolato de amônio. Além de sentir a textura dos fios e verificar sua elasticidade, é importante perguntar à cliente se ela usou química anteriormente e se sofre de algum problema de saúde que provoque queda. Vale destacar que o teste de mechas também é obrigatório, inclusive nas madeixas que nunca passaram por processos químicos. É a integridade dos fios que determina o que eles podem ou não receber. Identificar que outro ativo para alisamento a cliente já usou é imprescindível. A aplicação do tioglicolato em cabelo alisado com hidróxido pode se tornar um desastre, pois as substâncias são incompatíveis. A troca de bases até é permitida, mas após um período mínimo de seis meses, com utilização do novo ativo apenas na raiz crescida, sem encostar-se à parte previamente relaxada. No caso de um acidente, em que o profissional tenha combinado fórmulas que não podem ser misturadas, o ideal é pedir à cliente que dê um tempo nos procedimentos químicos. A solução é tratar a fibra com queratina para amenizar a quebra e a estrutura danificada. Sobre segurança, também é importante ter em mente que, assim como qualquer produto químico, o tioglicolato de amônio pode provocar alergia ou irritação. De acordo com o dermatologista Ademir Jr., especialista em tricologia, caso isso ocorra a cliente tem de procurar um médico, que irá ministrar o tratamento adequado. “Em situações como essa podem ser prescritos antialérgicos e anti-inflamatórios em loção, se o problema for de leve a moderado; ou medicação via oral, se for severo”, explica o especialista.



Cuidados extras

Todo relaxamento, bem ou malfeito, pode degradar a queratina do córtex e da cutícula. O processo danifica os fios por ser alcalino e usar oxidante como neutralizante. Para a fibra, isso significa desgaste, ressecamento da camada ácida natural, desbalanceamento de pH e deterioração da queratina. O resultado é enfraquecimento e quebra. A oxidação também leva ao desbotamento da cor, seja ela natural ou artificial. Portanto, se o objetivo for colorir e alisar, o ideal é sempre aplicar a coloração após o relaxamento e não antes. O indicado é que depois do alisamento a coloração seja feita com tonalizante sem amônia. O produto deposita superficialmente os pigmentos, quer dizer, não abre novamente as cutículas, o que fragilizaria os fios. Quanto ao intervalo entre os procedimentos, devem-se seguir duas regras: obedecer às orientações de cada fabricante e respeitar as condições do cabelo. Já em relação ao clareamento, a coisa fica mais séria, pois esse processo, por si só, é agressivo. O descolorante só pode ser aplicado sobre o tioglicolato de amônio após minuciosa avaliação, pelo menos uma semana após a utilização do alisante e em mechas finas. Descoloração global é proibida nas madeixas relaxadas.O ideal é que o descolorante tenha pouca ou nenhuma concentração de amônia.


Escova Progressiva


  Tire todas as suas dúvidas sobre química:
Alisamento, defrisagem e progressivas?





Quais cuidados devem ser tomados ao fazer alisamento em um cliente que vem de outro salão ou que alisou em casa?

O maior cuidado é descobrir se o alisante usado anteriormente será compatível com a marca usada em seu salão. Ou seja, se a fórmula de antes era à base de tioglicolato de amônia, não se deve usar, agora, um alisante à base de hidróxido de sódio ou de cálcio. A base química precisa ser a mesma. Além disso, produtos de alisamento à base de metal ou de vegetais como o henê são incompatíveis com qualquer outra fórmula.



Em que situações os fios podem cair ou se partir durante um alisamento?

Tratamentos ou transformações no cabelo não são responsáveis pela queda dos fios, que acontece por questões internas: perda natural pela idade, problemas hormonais ou até mesmo porque o fio terminou seu ciclo de vida. Mas a química pode, sim, fazer com que se partam, quando feita de maneira inadequada. Por exemplo, quando a ação do produto alisante for forte demais para o tipo de cabelo. Um teste prévio em uma pequena mecha da nuca ajuda a decidir entre as fórmulas suave, normal ou forte.

 Outro motivo frequente para fios partidos é a forma de aplicação. O cabelo deve ser penteado e enluvado seguindo o sentido de seu crescimento, para frente ou para o lado, não para trás. Ainda pode ser motivo de o problema deixar o produto por mais tempo do que o indicado e não fazer uma neutralização correta.



Qual a função do neutralizante? Em quais tipos de alisamento ou escova progressiva ele é necessário?

O neutralizante é aplicado após o alisamento para impedir que o ativo químico continue agindo a ponto de promover a quebra dos fios. Ele religa as pontes de cistina, o que firma o novo formato do cabelo.



Que fórmulas alisantes são compatíveis entre si?

As que têm o mesmo princípio ativo. Alisamentos feitos com tioglicolato de amônia, mesmo que de marcas diferentes, são compatíveis entre si, assim como os de hidróxido de sódio. Tioglicolato e hidróxido de sódio, no entanto, não são compatíveis. Portanto, uma vez usando um desses ativos para alisar, devemos respeitar o tempo que indicamos em outro post sobre alisamento, sob riscos de haver quebra dos fios. A escova progressiva e os redutores de volume, por outro lado, são compatíveis com os alisamentos por química.

De qualquer forma, fazer um teste em uma mecha da nuca antes de submeter todo o cabelo à transformação é indispensável. Só ele garante ao cabeleireiro e à cliente que os riscos de problemas serão mínimos.



Quais são as opções de tratamento para diminuir o volume dos fios?

Para diminuir o volume e definir cachos, uma opção é o relaxamento.  A escova progressiva “sem formol ou outo” “deido” também pode reduzir o volume, como também os redutores a base de oxoacetamida de  carbocisteina , assim como tratamentos contra ressecamento.



O que é e como age o tioglicolato de amônia?

O tioglicolato é um princípio ativo que serve para amolecer a fibra capilar, promover a quebra das pontes de cistina e, com isso, deixar o fio maleável, para ser moldado como se desejar. Se pentear, ele alisa. Se enrolar, ele forma cachos.



Como funciona cada tipo de alisamento?

A Escova à Francesa impermeabiliza a fibra capilar através de um composto de aminoácidos e emulsões de silicone que segura melhor as moléculas de proteínas na fibra capilar. O fio fica mais pesado e o volume é reduzido.

Como é progressiva e temporária, deve ser refeita até que se alcance o resultado desejado. A escova progressiva com deidos ou glutaral, também é temporária, dura cerca de 2 mese.

 Para quem quer efeito liso duradouro, a saída é o alisamento tradicional (com ativos químicos como tioglicolato e hidróxido) ou a escova definitiva (também chamada escova japonesa ou alisamento japonês). Nesses métodos, a raiz crespa ou ondulada fica em evidência à medida que os fios crescem, assim, os retoques precisam acontecer a cada seis meses, em média. Alisamento à base de amônia só é indicado em fios com a cor original ou com colorações em nuances escuras. Os platinados ou com mechas podem sofrer ressecamento, desbotamento ou até quebra dos fios.



Há alguma técnica para deixar o cabelo liso, mas com as pontas onduladas?

O relaxamento é a mais indicada nesse caso. O cabeleireiro deve escolher alisante suave ou médio e calcular o tempo de ação do produto para que o cabelo não fique totalmente liso, apenas ondulado ou com cachos definidos.



O que é menos prejudicial à fibra capilar: alisamento tradicional, escova progressiva ou alisamento japonês?

Qualquer tratamento pode danificar o cabelo em maior ou menor grau, o que não significa que não se deve fazê-lo. Para garantir a saúde dos fios, depois da transformação, é indispensável que eles recebam, com frequência, hidratações e reestruturações para repor as substâncias perdidas durante o processo. Lógico que as progressivas a base de deidos ou glutaral, além de prejudicarem os fios com a reaplicação também são prejudiciais à saúde dos cabeleireiros, veja post no blog. E importante escova progressiva não é um alisante.





O que é o formol e por que escovas progressivas com ele são condenadas?

É uma substância utilizada, principalmente, para a conservação de outras substâncias e até de tecidos (é usado em biópsias, por exemplo, para impedir a degradação antes da análise). Pode ser facilmente absorvido pelas mucosas e ocasionar problemas sérios para a saúde, tanto da cliente quanto do cabeleireiro. A dermatologista Denise Steiner, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Câmara Técnica de Cosméticos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não recomenda nem aprova fórmulas à base de formol. "Se for usada uma concentração alta de formol em produtos para o cabelo, os fios podem se tornar ainda mais quebradiços. Ele danifica a cutícula, que é a parte mais externa do fio e deixa o córtex, a parte interna, bastante vulnerável ao ressecamento e ao desbotamento", explica a especialista.



Como saber se uma fórmula de alisamento é confiável?

Toda fórmula de produtos para cabelo deve ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (www.anvisa.gov.br). A Anvisa promove a saúde da população fazendo controle sanitário da produção e da comercialização de cosméticos, incluindo as substâncias de sua fórmula. Também é importante que o cabeleireiro esteja preparado para fazer um bom diagnóstico do fio, identificando se os princípios ativos que serão usados são compatíveis com o da coloração ou do processo químico feito anteriormente. Cada ativo é melhor para um tipo de cabelo ou mais indicado para um resultado que se quer alcançar.



A queratinização capilar tem a função de alisar ou tratar?

Queratinização, reconstrução ou cauterização são variações de nomes usados em salões ou por laboratórios fabricantes para um mesmo tipo de tratamento reconstrutor dos fios. Ele tem a função de repor a queratina que é eliminada durante processos de alisamentos, colorações ou pela ação de agentes externos, como o sol e a água da piscina. O choque de queratina recompõe a fibra capilar, deixa o fio mais resistente, sedoso e disciplinado, mas não é capaz de fazer um alisamento.



A defrisagem à francesa é um método de alisamento ou de tratamento para o cabelo?

A defrisagem à francesa ajuda a diminuir o volume e a domar os cachos. É um tipo suave de alisamento e não um tratamento. Para que os fios permaneçam com brilho e maciez é importante submeter o cabelo a procedimentos nutritivos, que repõem a queratina, o colágeno e os aminoácidos perdidos durante a química.



Qual a técnica mais indicada para deixar super. liso um cabelo levemente ondulado?

Há várias técnicas capazes de alisar qualquer tipo de fio, inclusive lisos com ondulação. Nesse caso em que a transformação não será muito brusca o ideal é optar por uma fórmula mais suave.



Que produtos devem ser usados para lavar e tratar o cabelo alisado?

Após uma transformação química, os fios precisam de produtos que reponham os nutrientes perdidos no processo, como, por exemplo, ceramidas, aminoácidos e proteínas. Óleos vegetais e silicones também são de grande ajuda, pois fecham a cutícula, devolvendo o brilho e a maciez ao cabelo. Nos cabelos alisados o shampoo deverá conter sulfato de amônia e não sulfato de sódio.



Posso colorir os fios antes de fazer escova progressiva, redução de volume ou devo alisar primeiro?

O mais indicado é primeiro realize o procedimento químico, como alisamento ou redução com oxoacetamida de carbocisteina, pois estes podem desbotar a coloração, e depois de no mínimo 72 horas realizar a coloração. No caso de progressiva com formol, ou outro tipo de diedo ou de glutaral, faça primeiro a coloração e depois a escova, pois estes procedimentos encapam o fio, não permitindo a entrada correta dos corantes.



Qual o tratamento adequado para pontas danificadas no cabelo afro relaxado com guanidina? Um aplique de micro tranças ajuda a melhorar o aspecto dos fios?

Se o cabelo estiver muito danificado, é aconselhável suspender o relaxamento por um tempo. Nesse período,  sugiro recuperar a fibra capilar com hidratações profissionais à base de ativos vegetais. Também vale a pena aparar as pontas que estão partidas.  O aplique de micro tranças é uma boa opção para aguardar os fios crescerem, sem a necessidade de usar química.

Textura Capilar – Afro-etnicos



Desvendamos os cabelos étnicos.



Os cabelos étnicos apresentam formato em “Z” um zig zag por assim dizer. De origem africana, a estrutura dele é leve e eriçada. Este tipo de cabelo é o mais fino entre todos, ocasionando a quebra com muita facilidade, além de apresentar superfície ressecada.



É o tipo mais frágil de cabelo porque tem menos camadas de cutículas, o que significa menos proteção natural contra os danos. São densos, unidos e com muita espessura. Podem variar entre finos, médios e grossos.





O Brasil é um país multiétnico. É importante respeitar as diferenças e oferecer produtos de qualidade para todos os tipos de cabelos.