Novos ativos -
Carbocisteina e ácido glioxílico
A tecnologia da beleza descobriu duas substâncias que prometem alisar até fios descoloridos. Conheça o que é carbocisteina e acido glioxilico.
Bem classificado no ranking dos serviços mais pedidos nos salões, o alisamento é um assunto que rende. Das tradicionalíssimas escovas, todas a base principalmente de formol ou de outro “deidos” à invenção de uma pílula que interfere no gene trichohyalin, responsável pelo liso ou encarolado do cabelo, parece que não a mais o que inventar para alisar cabelo. Mas de todas as técnicas que surgiram para dar aquela alisadinha nos cabelos, nada foi mais comentado do que o uso do formol. Tanto que, como a legislação limita sua concentração em 0,2% - que tem apenas função de conservante e não de alisante, por conta dos riscos que pode oferecer a saúde dos profissionais cabeleireiros, principalmente, muitas empresas saíram em busca de ativos que satisfizessem o desejo das clientes por um cabelo mais liso ou com redução do volume e frizz, mas de forma segura, sem odor desagradável e de preferência que tratassem os fios. Atualmente, dois ativos que são velhos conhecidos da indústria farmacêutica, vem despertando o interesse dos fabricantes de cosméticos para incrementar suas formulas alisantes: o acido glioxílico e as oxoacetamidas de carbocisteína. Ambos podem ser misturados, mas exercem funções diferentes quando aplicados na fibra capilar. O primeiro mexe com a estrutura do fio, permitindo que ele seja modelado. Já o segundo seria responsável por conferir efeito hidratante e restaurador, um potente tratamento. Porem, como este não alisa sozinho, precisa ser combinado a outra substancia, como por exemplo, as coxoacetamidas de aminoácidos. Vamos tentar explicar o que prometem os dois novos ativos que invadiram o mercado.
CARBOCISTEINA - fique por dentro
Derivada de um aminoácido (parte da proteína) chamado L-cisteina, a carbocisteina confere força e resistência aos fios, reparando as fibras capilares devido a sua alta bioafinidade com os fios. Por apresentar uma estrutura molecular menor, penetra no córtex e forma ligações fundamentais para reforçar sua estrutura. Essas ligações são responsáveis pelas ondas que aparecem nos cabelos e permite ao cabeleireiro moldá-lo. Acredita-se que devido a sua alta afinidade com a queratina, a carbocisteina atue adesivas as cutículas danificadas dos fios, o que justifica seu efeito hidratante, condicionador e restaurador. Como já foi dito, a carbocisteina sozinha não alisa, por isso é necessária sua associação com uma cadeia de aminoácidos, que são moléculas de baixo peso e que atuam agentes de retenção de moléculas de água.
ÁCIDO GLIOXÍLICO – um raio-X
O ácido glioxílico ou ácido formilfórmico é um ácido orgânico de fórmula OHC-COOH, e é o mais simples dos ácidos-aldeídos. Consiste numa forma modificada do ciclo dos ácidos tri carboxílica que ocorre na maioria das plantas e microorganismos, mas não nos animais superiores. Este acido libera substancias (aldeídos) que promovem a quebra das pontes de cistina. Por ter um pH alto, quando aplicado no cabelo, dilata as cutículas, permitindo assim a entrada do ativo alisante, para que ele possa agir no interior do fio, ou seja, no córtex. Lá, rompe boa parte das pontes de enxofre, que ficam entre dois aminoácidos chamados de cistina, um dos 18 aminoácidos que formam a fibra capilar e é responsável por sua resistência e forma. Segundo Patrícia Morais, gerente de marketing técnico da Pic, fornecedora da matéria prima acido glicoxílico, este ativo oferece variação no seu poder de alisamento conforme a quantidade utilizada. Pode ser usado em concentração de 1% a 20% e o resultado também depende do cabelo.
E ELES ALISAM MESMO
Nos estudos realizados com carbocisteina, percebesse uma redução no volume de cerca de 90% e um alisamento quase que total em cabelos louros. E em fio virgens em até 50%. Vale destacar que pode haver um desbotamento de 1 a 2 tons
QUAL A DIFERENÇA?
Dois pontos chamam a atenção. O primeiro é que o procedimentos de redução de volume com estes ativos apresentam pH bem acido, entre 1 e 1,5 para acido glicoxílico (após a manipulação feita pelos laboratórios) e entre 1,5 e 2,0 para as formulações com carbocisteina. Mas a de se ter cuidado com as várias aplicações por os produtos serem muito ácidos e comprometer a fibra capilar. Outro ponto é que os dois ativos devem ser removidos (lavados) no mesmo dia, cerca de 20 minutos em média, após o processo de escovação e piastra, devido à alta acidez dos mesmo. Quanto à durabilidade temos entre 7 a 10 lavações para o ácido glioxílico, dependendo na sua concentração, e entre 50 a 60 lavações para a carbocisteina.
Quanto à incompatibilidade com outros produtos de alisamento ou coloração, ainda não se tem informação, mas deve-se cuidar com relação aos produtos que contenham metais (henne, henna etc...). Sempre devemos ter a atenção redobrada quando falamos em produtos químicos e fizer sempre um bom diagnostico.
Sempre é bom conversar com a cliente sobre a existência de problemas, como queda dos fios ou couro cabeludo sensível, alergias e histórico recente de irritações ou dermatites.
Quanto à aprovação pela ANVISA, os dois ativos são liberados como produtos de grau1, ou seja, cosméticos destinados a proteção e tratamento dos fios, e que levam a denominação de xampu, condicionador ou defrisante. Para que possam adquirir a classificação de grau 2 (os que tem a capacidade de transformar a estrutura capilar), muitas pesquisas ainda precisam ser feitas.