ESCOVA PROGRESSIVA - BOTOX CAPILAR - REALINHAMENTO CAPILAR - CAUTERIZAÇÃO DE FIOS
SEM FORMOL - ACIDO GLIOXILICO
Olá pessoal, hoje passei o dia refletindo sobre este assunto que não queria mais escrever aqui no blog, mas depois de ver ontem (domingo 03/11/2013) o programa "Fantastico" da Rede Globo, fiquei muito feliz, que me acompanha aqui no blog, e é meu cliente, sabem que sempre falei, que só tinham trocado os nome do produto utilizado para realizar este "milagre" nos fios do cabelo.
Sei que a maior parte das pessoas que leem esta pagina são leigos, clientes que estão tentando se informar sobre cabelo, e são ludibriadas pelas falsas informações.
Abaixo reproduzo a reportagem do Fantastico que foi ao ar ontem, para quem quer ver o video é só acessar a pagina do programa e verem o video.
Matéria do Programa Fantastico da Rede Globo.
Testes mostram que produtos para alisar cabelos ainda
liberam formol
Substância foi proibida pela Anvisa em 2009. Especialistas
explicam que os produtos só alisam os fios porque, ao serem aquecidos, liberam
formol.
Promessas de escovas
permanentes que deixam os fios mais bonitos sem fazer mal à saúde, e que seriam
permitidas até para crianças e grávidas, são falsas.
O Fantástico faz outro alerta importante para as mulheres.
Dessa vez, para aquelas que gostam de deixar os cabelos lisos.
Nas feiras de cosméticos, muitas ofertas de produtos
revolucionários para deixar os cabelos mais lisos.
Fantástico: E não tem formol?
Representante: Não, não tem formol.
Representante: Você pode tá usando tanto em grávida quanto
em criança.
Essas fórmulas vão parar em salões por todo o Brasil.
Fantástico: Mas sem formol alisa?
Salão: Alisa, às vezes até mais que uma com formol.
Salão: Essa aí não faz mal nenhum. É pronto pra criança. Até
mulher grávida usa.
Salão: É que todo mundo procura porque pode fazer em
grávida.
Confiando na palavra de fabricantes e cabeleireiros,
consumidoras usam os produtos nelas próprias e até nas filhas pequenas.
O que o Fantástico mostra é um alerta: as promessas de escovas permanentes que
deixam os fios mais bonitos sem fazer mal à saúde, e que seriam permitidas até
para crianças e grávidas, são falsas.
Por trás desses rótulos, estão substâncias que liberam o
componente mais perigoso, e proibido, em
tratamentos nos cabelos. O formol está de volta. Só que agora, escondido.
Em 2009, a Anvisa proibiu a venda do formol em estado puro.
Justamente pra evitar que ele fosse usado para alisar
cabelos. Mesmo assim, a substância tóxica continuou sendo aplicada nos salões,
como o Fantástico mostrou em janeiro do ano passado.
O formol faz mal. Pode provocar diversos problemas de saúde,
queimaduras no couro cabeludo, irritação no nariz e na garganta e até câncer,
em casos extremos de intoxicação.
“As pessoas, depois de tanto usar formol indevidamente,
depois de corretamente as autoridades sanitárias proibirem formol, elas sabem
que ele é perigoso”, destaca o professor de química da UFRJ Daniel Barreto.
Pra driblar essa proibição do formol e reconquistar a
confiança das consumidoras, começou uma correria dos fabricantes atrás de um
substituto. E aí entraram em cena novos produtos, vendidos como a solução
mágica para ter cabelos lisos e sedosos sem causar danos à saúde.
Foi o que nossa equipe ouviu em salões no Rio de Janeiro e
numa das maiores feiras de cosméticos do Brasil, em Belo Horizonte.
Representante: Não tem formol e nem derivados! E pode ser
feito em cabelos de criança, lactantes e mulheres grávidas!
Os novos tratamentos, que não são chamados de alisamentos,
recebem diversos nomes: redução de volume, domador de cachos, alinhamento dos
fios, máscaras hidratantes e até botox capilar.
Num estande, o produto é aplicado numa menina de dez anos.
Representante: Está ardendo o olho? Pode falar, está ardendo
o olho? Está com vergonha? Não? Então fala, não tá ardendo o olho!
Num outro, um cartaz anuncia: a perfeição do liso sem formol
para crianças e grávidas.
Mas qual o segredo por trás desse liso? O Fantástico comprou
alguns dos produtos mais procurados no mercado com essa finalidade.
Sete produtos foram testados pela faculdade de farmácia e
pelo Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio
de Janeiro.
Depois de dois meses, tivemos os resultados e eles são
preocupantes.
“A gente, como profissional, a gente tem que confiar em
quem, então?”, questiona uma cabeleireira.
Teste nas marcas
O formol, que é perigoso pra saúde, está escondido,
disfarçado. É o que mostra um teste encomendado pelo Fantástico.
Salão: “Não causa irritação, não é igual ao formol, tá?”.
Mas os testes feitos a pedido do Fantástico mostram que não
é bem assim.
Durante dois meses, vários produtos que prometem alisar,
hidratar, diminuir os cachos, reduzir o volume do cabelo foram testados no laboratório da UFRJ, a Universidade Federal
do Rio de Janeiro. E os resultados são assustadores.
“Alguns fabricantes eles acrescentam substâncias que, quando
aquecidas, com chapinha ou secador, liberam o formaldeído, que é o formol na
forma gasosa”, explica a professora de oxicologia Nancy dos Santos.
A doutora da UFRJ conduziu os testes com produtos de sete
marcas. São elas: Duetto, Gk hair, Inoar, Ky charme, Lola cosmetics, Salvatore
e Santini.
A Salvatore, fabricante do Blue Gold, entrou com uma medida
judicial, proibindo que o Fantástico divulgue o resultado da análise do seu
produto.
Quanto aos outros 6 produtos que dizem não conter formol, o
teste comprovou: só alisam os fios porque, ao serem aquecidos, liberam formol!
“Dá a impressão pro consumidor que ele está livre dos riscos
do formol, o que não é verdade”, explica
a professora.
Vamos entender o que acontece. O produto, quando é passado
nos fios, de fato ainda não tem formol. Ele vai penetrando nos cabelos durante
o tempo de espera recomendado pelos fabricantes. Mesmo que o cabelo seja
enxaguado após a aplicação, os fios já absorveram os componentes. Quando as
mechas recebem o calor do secador e da prancha, o produto sofre uma reação
química.
O aquecimento provoca uma quebra, uma decomposição dos
componentes, liberando o formol que estava escondido dentro deles. Por isso que
as empresas indicam o uso do secador e da prancha.
Loja: Você secou, é pranchar mecha por mecha.
Só assim o formol vai aparecer e dará o aspecto liso.
“Se você aplica o calor num creme, num produto que está no
cabelo, você vai liberar mais formol. Se você aplica num cabelo enxaguado, você
vai liberar menos formol. Mas vai liberar formol”, explica o químico Daniel
Barreto.
O teste também mediu a quantidade de formol liberado depois
do aquecimento.
O resultado:os produtos de seis marcas geraram formol, em
níveis superiores ao estabelecido pela Organização Mundial de Saúde.
São várias as substâncias químicas que podem liberar formol.
A que tem sido mais usada pela indústria cosmética se chama ácido glioxílico.
Três produtos analisados pela UFRJ contêm este componente.
Salão: O ácido glioxílico veio exatamente pra isso, pra
substituir o formol com mais naturalidade.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária alerta: Se tiver
escrito ácido glioxílico, não use o produto.
O ácido glioxílico, e outras substâncias que produzem formol,
são difíceis de reconhecer. Isso porque elas não têm o cheiro característico do
formol. Muitos dos vendedores usam isso como propaganda.
Salão: A nossa realmente não tem formol. Você vê pelo
cheiro.
Salão:Tem cheiro de fruta, não tem?
“Eles exageram no perfume com fragrâncias que consigam
mascarar”, explica o químico.
E atenção aos sinais de incômodo durante o uso.
“Observar se tem lacrimejamento, irritação dos olhos,
ardência na garganta, tosse”, destaca a professora.
Se os riscos do formol já são grandes, eles aumentam para
crianças e grávidas.
Veja a orientação que uma cabeleireira dá para nossa
produtora.
Salão:Se ela passar mal para ter bebê, já tá com oito meses,
já está aí pra nascer, entendeu? Sem problema. Depois nasce, fica legal...
“O risco de prematuridade é um risco gravíssimo associado
com uma série de outras complicações, como por exemplo, a própria paralisia
cerebral, complicações fetais e pro recém-nascido, tão graves como a má
formação”, destaca o obstetra Paulo Nassar.
Loja: Não tem nenhuma contra-indicação, não tem cheiro
forte. Qual a idade?
Fantástico: Nove.
Loja: Pode usar, não tem problema.
“A pele da criança é mais fina do que a pele do adulto,
então isso favorece uma maior absorção das substâncias que são aplicadas nele”,
diz a pediatra Kerstin Taniguchi.
Uma mãe achava que tinha escolhido um tratamento seguro para
filha. Ficou indignada quando soube do resultado do teste.
“Um absurdo. Já pensou se acontecesse alguma coisa? Tinha
que correr para o hospital, e daí?”, diz a mãe Josiane Barbosa.
Revolta também de uma cabeleireira, que passa o dia inteiro
exposta a vapores desses produtos.
“Eu sou lesada duas vezes. Eu leso e estou lesando a cliente
que está pagando”, diz Andrea Ferreira.
A Anvisa prometeu mais rigor na fiscalização.
“Os fabricantes com certeza eles vão sofrer todas as
penalidades previstas em lei. Esse estudo da UFRJ é mais um estudo pra ser
somado aos que nós já temos avaliados”.
Os cremes e as mascaras que alisam estão registrados de
forma incorreta, segundo a Anvisa.
A agência classifica os produtos em duas categorias.
Os de grau 1 são aqueles que não oferecem risco e não
precisam passar por testes de segurança.
Os de grau 2, que incluem todos os produtos destinados a
crianças, precisam desses testes.
Os produtos que liberaram formol foram registrados como grau
1. Mas de acordo com a Anvisa, deveria ser grau 2.
“O fabricante burla a regulamentação sanitária, burla a
informação que tem que prestar à Anvisa com relação à regularização do produto
e propõe um uso indevido. É uma enganação pra população”, completa.
A Ranay, que comercializa o Realing, afirmou, em nota, que o
produto é um realinhador capilar e que não cabe à empresa questionar as normas
da Anvisa sobre o grau de registro.
E não se manifestou sobre o fato de seu produto liberar
formol quando aquecido.
A marca Duetto super cosméticos, da RN, também não comentou
a liberação de formol. Em nota, disse que não utiliza substâncias não aprovadas
pela Anvisa.
Outra marca testada, a Inoar, que vende o Apple Jelly, afirma
que o ácido glioxílico se transforma em outra substância, não em formol.
A Gk Hair Professional disse que repudia a afirmação de que
o produto libera formol.
A Lola Cosmetics foi procurada por telefone, mas não quis se
manifestar.
Nossa equipe não encontrou o fabricante do produto
ultravioleta, da Ky charme.
Ligamos para o telefone disponível no site da empresa, mas a
pessoa que atendeu disse que não é responsável pelo produto e se recusou a dar
o contato do fabricante.
“Eu não posso passar o telefone de uma pessoa que não me
autorizou a te dar o telefone. Já entrei em contato e ele disse o seguinte: o
produto está em perfeitas condições de trabalho”, disse.
Esta foi a única fórmula em que o formol líquido já estava
presente, antes mesmo do aquecimento.
“Encontrei formol em concentrações acima daquelas permitidas
pela Anvisa, que é de 0,2%. Que é a quantidade necessária apenas para conservar
o produto.Esse produto ele apresentou 0,9% de formol”, destaca.
Atenção, mulheres: desconfiem sempre de tratamentos
definitivos. Na dúvida, não arrisque, como a Josiane vai fazer a partir de
agora.
Joseane: Vai ficar com os cachinhos dela.
Fantástico:O que foi, por que você tá reagindo assim?
Filha - Não quero cachinho.
Fantástico - E se você ficar dodói?
Filha - Aí vou ter que parar de fazer mesmo...
“Produto que tem o efeito do liso permanente não tem mágica.
Ele vai ter esse tipo de química que vai atuar e vai liberar formol. Não tem
mágica”, disse o químico.