quarta-feira, 25 de maio de 2011


Alisamento com carbocisteína, desvendando o mistério.




Bem pessoal criei este post para esclarecer melhor sobre a redução de volume(alisamento??) com oxiacetamida de carbocisteína.



A estrutura do cabelo



O cabelo é formado de cadeias polipeptídicas, isto é, séries de aminoácidos (AA) que se organizam para formar a estrutura da queratina. Entre os AA, o mais relacionado à estrutura do fio é a cisteína. E para reformatar mecânica e termicamente o fio de cabelo é fundamental “quebrar” essa cadeia cisteínica, facilitando a ação da prancha térmica.



Como alisar os fios de cabelo



Para conseguir um novo formato para fios cacheados, crespos, ou encaracolados é necessário fazer a “quebra”, ou ataque das pontes de enxofre contidas na cisteína. De maneira geral isso é conseguido com fórmulas contendo alguns agentes químicos conhecidos, como os hidróxidos de sódio, cálcio ou guanidina, e também com tioglicolatos de cálcio ou sódio. Essa ação acontece no pH altamente alcalino, entre 12 e 14.



Também se pode fazer essa “quebra” com formol, ou formaldeído, que é o aldeído mais simples, de fórmula molecular H2CO. Saiba que quando se prepara uma mistura de mais de 40% de formol em água, obtém-se o metaformaldeído, de fórmula (H2C2O)3; hoje o formol é comercializado em concentração de cerca de 37% de aldeído e 7 % de metanol, atuando numa faixa de pH entre 2,8 e 4,0, portanto bastante ácido.



Que novidade é essa, alisamento a base de carbocisteína?



O que tem sido comercializado como grande novidade na área de alisamento é, na realidade, um tratamento químico de oxirredução em pH francamente ácido, na faixa de 1,0-1,5, associando-se o ácido glioxílico a uma base de aminoácidos.



Quem faz essa ação é o ácido glioxílico ou ácido formilfórmico, que é um ácido aldeído muito simples, exatamente como o formol, cuja fórmula linear é OHC-COOH. Não há milagres “naturais”, se você deseja reformatar o fio de cabelo, precisa romper a estrutura da cisteina, atacando as pontes de enxofre do cabelo.



Então, somente para que fique tudo muito claro, nessa nova moda de alisantes, quem faz a ação queratolítica, desestruturadora, é o ácido glioxílico. Nenhum aminoácido tem essa capacidade. O que estes AA fazem é simplesmente tentar devolver um pouco de matéria ao fio agredido.



E a oxiacetamida?



Em relação à oxiacetamida, algumas patentes, como a requerida em 2007 por D Patel, falam sobre a ação das oxiacetamidas como acoplantes para sistemas oxidativos em tinturas capilares. Uma outra patente solicitada pelo Dr. Khashayar Karimian fala sobre o uso como inibidora de enzimas dependentes da atividade da cisteína, e, em particular de cisteína proteases. Nesse tipo de formulação agora proposta para alisar cabelos a oxiacetamida é um acoplam-te que inibe a ação de resistência da cisteína.



Tenha sempre em mente que...



Qualquer tratamento químico, térmico ou mecânico para reformatar o fio de cabelo é potencialmente agressivo. É preciso atacar a estrutura química original do fio para possibilitar o seu alisamento. Então todo e qualquer tratamento químico com essa finalidade é danoso, vai causar a perda das propriedades originais do cabelo, como conteúdo hídrico, conteúdo em lipídeos, conteúdo de ceramidas, que constituem o cimento intercelular.



Dessa maneira o cabelo ficará mais desprotegido e suscetível à queda pela quebra, perda da penteabilidade, facilidade de formação de fly-away (acúmulo de eletricidade estática).



Os cuidados para quem se submete a qualquer tratamento desse tipo é adotar uma linha de produtos cosméticos específico para reestruturação, contemplando uma lavagem suave, um condicionamento que agregue proteínas hidrolisadas e AA, um finalizador que também proteja o fio da radiação solar, pois os raios UVAB terão facilidade de permeação nesse fio de cabelo muito mais poroso. Além disso, o cuidado semanal com máscaras reconstrutoras é mandatório.



O cabelo nunca mais será o mesmo, sem dúvida!


Nenhum comentário:

Postar um comentário