quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Escova Progressiva

Escovas Progressivas – Cauterização Capilar – Realinhamento Capilar – Redução de Volume
Botox Capilar – Sem Formol – Acido Glioxílico - Alisamento sem formol
Glutaraldeido



Bem amigos como tinha prometido volto a falar sobre esta porcaria que os salões e cabeleireiros estão fazendo nos cabelos das clientes por não querem utilizar os produtos certo para alisamento.
Peço desculpa as colegas cabeleireiros que não trabalham com este produto altamente nocivo aos profissionais e aos consumidores, mas até o momento, mesmo depois de ter sido divulgado em programa em rede nacional, continuam como se nada tivesse acontecendo, mas precisamos sim denunciar esta afronta, cabelos lisos sem química não existe este milagre consumidor, para isto fiz este post e pesquisei e muito sobre isto.

Formol ou Formaldeído

Sinônimos: formaldeído, formalina, metil aldeído, metileno glicol, oxido de metileno, metanal, formalida 40, morbicida, BFV, formalite, aldeído fórmico, Yde, Ivalon, Karsan, Lysoform, Oxometano, Oximetileno.

O formaldeído é um gás produzido mundialmente, em grande escala, a partir do metanol. Em sua forma líquida (misturado à água e álcool) é chamado de formalina ou formol – solução aquosa: 37 a 50% de formaldeído e 6-15% de álcool que tem função de estabilizante (IARC, 2004, OSHA, 2002).
O nível de formol na atmosfera é geralmente abaixo de 0,001 mg/m3 em áreas rurais e abaixo de 0,02 mg/m3 em áreas urbanas (IARC, 2004 – vol.88).

Conversão: 1 ppm = 1,25 mg/ m3
1mg/m3 = 0,8 ppm (em 20 ºC)

A produção anual de formol é de aproximadamente 21 milhões de toneladas. É muito utilizado em resinas sintéticas, fenólicas, uréicas e melamínicas nas indústrias de madeiras, papel e celulose; em abrasivos, plásticos, esmaltes sintéticos, tintas e vernizes; na indústria têxtil e de fundição; em adesivos, isolantes elétricos, lonas de freio, etc. Fontes comuns de exposição inclui ainda o que é liberado pelos veículos, a fumaça do cigarro, o uso de desinfetantes, conservantes e produção e uso de fungicidas e germicidas (IARC, 2004).

Comparado a outros países, o Brasil é um médio produtor de formaldeído, mas essa produção tem experimentado um grande incremento, principalmente a partir da década de 90. Chama atenção a produção dos Estados Unidos que excedeu a 2000 toneladas nos quatro períodos analisados e a do Japão, que excedeu a 1.000 toneladas a partir de 1986. No Canadá, em 1996, a produção de formaldeído foi de aproximadamente 222.000 toneladas (Environment Canadá, 1997b), tendo aumentado em mais de duas vezes em um período curto de seis anos.


Uso como alisantes de cabelos

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer classifica as ocupações de cabeleireiro e barbeiro no grupo 2A, ou seja, os agentes químicos a que são expostos no exercício de suas funções foram classificados como prováveis cancerígenos (IARC, 1993). A exposição é diária e abrangem uma grande quantidade de produtos, incluindo tinturas e descolorantes, shampoos e condicionadores, loções para cabelos, unhas e pele. Sabe-se também que não há utilização de equipamentos de proteção individual ou coletiva.

Nos últimos anos, no Brasil, os salões de beleza têm utilizado extensivamente o formol como alisantes capilar nas denominadas escovas progressivas – método de alisamento que para alcançar o efeito desejado deve ser feito múltiplas vezes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa proibiu o seu uso com essa função, mas a técnica continuou sendo utilizada por muito tempo, por profissionais de beleza, pois como não há produtos com formol autorizados com a função de alisar os cabelos, supõe-se que o mesmo vem sendo adicionado aos cabelos a critério de cada especialista.

A Anvisa estabeleceu que o uso do formol é permitido apenas como conservante na concentração de 0,2% e como endurecedor de unhas na concentração de 5% (RDC nº 162 de 11 de setembro de 2001). A Anvisa proibiu também o uso do formol em produtos de limpeza (detergentes, desinfetantes, alvejantes e demais materiais saneantes – RDC nº 35, de 03 de junho de 2008), baseados no artigo 5º da Resolução nº 184 de 22 de outubro de 2001, que proíbe o uso de substâncias carcinogênicas, teratogênicas e mutagênicas nas formulações de produtos saneantes. Em 17 de julho de 2009, outra Resolução foi publicada no Diário Oficial da União - RDC No- 36. Proíbe a exposição, a venda e a entrega ao consumo de formol ou de formaldeído (solução a 37%) em drogaria, farmácia, supermercado, armazém e empório, loja de conveniência e drugstore. Discorre ainda sobre a adição de formol: “Art. 2º A adição de formol ou de formaldeído a produto cosmético acabado em salões de beleza ou qualquer outro estabelecimento acarreta riscos à saúde da população, contraria o disposto na regulamentação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e configura infração sanitária nos termos da Lei no- 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.”.

A finalidade dessa Resolução foi de restringir o acesso da população ao formol, coibindo o desvio de uso do formol como alisante capilar, protegendo a saúde de profissionais cabeleireiros e consumidores. Dados recebidos pela Anvisa mostram que as notificações de danos causados por produtos para alisamento capilar triplicaram no 1º semestre de 2009 em comparação com todo o ano de 2008, sendo que na maioria dos casos há suspeita do uso indevido de formol (e também de glutaraldeído) como substâncias alisantes.

No Estado do Rio de Janeiro, no dia 18 de março de 2009, o governador Sérgio Cabral sancionou uma lei (5.409/09) que obriga os salões de beleza do Estado do Rio de Janeiro a informar em cartaz afixado em local de fácil visualização, o seguinte texto: “O uso de formol nos tratamentos capilares é proibido e causa males à saúde. Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Rio – telefone 0800 282 7060”.

Existem substâncias ativas específicas com propriedades alisantes como o ácido tioglicólico, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de cálcio, hidróxido de lítio e hidróxido de guanidina alumínio que são permitidos pela legislação brasileira. Devido à semelhança química com o formol, o glutaraldeído vem sendo utilizado sem permissão da Anvisa com a finalidade de alisante, mas que apresenta os mesmos riscos e restrições (Anvisa, 2009). 

Cosméticos

A população pode entrar diretamente em contato com produtos que contém formol, formalina e/ou para formaldeído pelo uso de shampoos e outros cremes para o cabelo; desodorantes, produtos de banho, cremes e loções para a pele. O contato pode se dar nos olhos (máscara e maquiagem), na mucosa oral (refrescantes bucais), na mucosa vaginal (desodorantes vaginais) e nas unhas (removedores de cutícula, cremes e loções de unhas). O uso de aerossóis pode resultar numa potente fonte de inalação do formol (Cosmetic Ingredient Review Expert Panel, 1984).

Toxicidade

Devido a sua solubilidade em água, o formol é rapidamente absorvido no trato respiratório e gastrointestinal e metabolizado. Embora o formol ou metabólitos sejam capazes de penetrar na pele humana, a absorção dérmica é mais leve, porém podem induzir a dermatites de contato. Desta forma, o formol é tóxico se ingerido, inalado ou tiver contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea.


Única ou repetida exposição
Irritante aos olhos, nariz e garganta.

Após 30 minutos
Lacrimação e intolerância por algumas pessoas.

Sintomas frequentes em caso de intoxicação:

Inalação: forte dor de cabeça, tosse, falta de ar, vertigem, dificuldade para respirar e edema pulmonar.  Pode causar ainda irritação nos olhos, nariz, mucosas e trato respiratório superior. Em altas concentrações pode causar bronquite, pneumonia ou laringite.
Pele: O contato com o vapor ou com a solução pode deixar a pele esbranquiçada, áspera e causar forte sensação de anestesia e necrose na pele superficial. Longos períodos de exposição podem causar dermatite e hipersensibilidade, rachaduras na pele (ressecamento), ulcerações, principalmente entre os dedos.

Olhos: Pode causar conjuntivite.

O formaldeído é um agente reconhecidamente cancerígeno em humanos
Em relação ao câncer - não há níveis seguros de exposição

Tipos de câncer associados à exposição do formaldeído:
Nasofaringite e Leucemia
Adenocarcinoma nasal
Existe evidência limitada em humanos de câncer nasal causado por formaldeído.
Genotoxicidade e citotoxicidade do formol
O formaldeído é genotóxico em modelos in-vitro, animais e humanos. A genotoxicidade e citotoxicidade têm papéis importantes na carcinogênese do formaldeído em tecidos nasais.
Em relação ao câncer, ressalta-se que não há limites seguros de exposição a agentes cancerígenos.

- Apesar das leis que proíbem o uso de formol como alisante de cabelos, essa prática continua sendo utilizada amplamente por salões de beleza no Brasil, mesmo porque a procura pelos efeitos do uso de formol nos cabelos continua crescente.
- Os cabeleireiros fazem parte de uma força de trabalho que por si só, constituem uma circunstância de risco para o desenvolvimento de câncer, por trabalharem com inúmeras tintas, misturas e produtos já classificados como cancerígenos. Adicionando-se a manipulação do formol, que para essa finalidade, parece ser uma particularidade do nosso país, o risco tende a crescer.
- A Agência Nacional de Vigilância Sanitária vem aos poucos, elaborando leis cada vez mais restritivas ao uso do formol e propondo substituição desse agente em vários produtos. No entanto, empenhos devem ser feitos em relação a fiscalização dos ambientes de trabalho.
- Embora no Rio de Janeiro, haja uma lei específica, sobre a obrigatoriedade de informar ao cliente que frequenta salões de beleza de que o uso do formol está proibido por lei, essa prática não tem sido observada na prática.
- Embora no Brasil, o uso do formol tem ganhado mais atenção pela mídia, dado o uso como alisante de cabelos, não deve ser esquecido o seu uso em outras categorias profissionais como em técnicos de laboratório e patologistas, que geralmente trabalham em locais fechados.

Espero com este post estar ajudando a todos os que leem o blog a conhecer melhor estes falsos produtos “inofensivos”, milagrosos que estão sendo utilizados em grande escala em salões de cabeleireiros em todo o Brasil.


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